25.8.06

Raposo

A/Caso 69.06.08.24

Inspetor Tavares dormia um sono pesado e inquieto. Na cama, suando, raspava seu ereto pênis no colchão durante um sonho. Estava pegando fogo. Acordou. Precisava de sexo. Àquela hora da noite, no meio do sono, qualquer homem simplesmente se masturbaria e voltaria a dormir tranqüilamente. Mas não o Inspetor. Em sua opinião, masturbação era o ópio do povo. “Se o homem quer sexo, que lute pelo sexo.” Com esse pensamento, saiu pelas ruas de madrugada, vestindo apenas um sobretudo que cobria seu corpo nu.

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5.8.06

O sabotador

Caso 69.06.07.26

- Não bebo, não uso drogas, não tenho nenhuma maldade no coração. Mas sou viciado em mulheres. Ah, as mulheres! Que seres divinos. Faço amor com todo mundo que eu posso. E que eu não posso também. Mas agora, todas elas estão se voltando contra mim. Alguém está me sabotando, se fazendo passar por mim e acabando com meus relacionamentos. – relatou Osmar, que sem saber o que fazer para recuperar suas mulheres, recorreu a Inspetor Tavares para que esse descobrisse quem era a pessoa que estava sabotando seus relacionamentos.

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1.7.06

De quem é a culpa do desejo?

Caso 69.06.06.21

- Eu quero saber se minha mulher me trai. Em pensamento. – lançou Marcondes um objetivo, mas não por isso usual, pedido para o Inspetor Tavares – Eu já coloquei câmeras por toda minha casa, mas ela nunca sai de lá a não ser para ir no supermercado e na terapia. Sei que ela não me trai fisicamente. Mas desconfio de seu pensamento, que eu não posso controlar.

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23.6.06

A mais traída

Caso 69.06.06.19

Iolanda estava paranóica, vomitava as palavras com pressa. Possuída por um incontrolável ciúme, queria que Inspetor Tavares investigasse por completo a rotina de um homem. Seu amante.
- Desconfia que ele tenha outra amante além de você? – perguntou o Inspetor.
- Não. Quero saber tudo o que ele faz com a esposa. – respondeu com os olhos vidrados.
A mulher estava em crise com o amante, Nogueira, e desconfiava que ele não contasse tudo o que fazia com sua esposa, Marlene. Ignorava a vida cotidiana do casal e queria saber de todos os detalhes.

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16.6.06

A piranha morre pelos lábios

Caso 69.06.06.14

Tatá, o dono da produtora de eventos, estava desesperado. O saldo de mais uma de suas lucrativas festas de formatura era de 134 mortes. Das vítimas, apenas um era homem. 133 eram mulheres. Todas jovens, algumas recém entradas na faculdade, outras no cursinho, outras já com casamento marcado. O fato é que a tragédia estava consumada, e ele teria que responder pelo crime, na falta de um culpado. Por isso, estava contratando os serviços de Inspetor Tavares.
- Tu tem que me ajudar, cumpadi! Não é culpa minha que essa mulherada morreu, porra! Eu to fodido se num acharem o assassino! – implorava tenso, mas sem perder o sotaque malandro.

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19.5.06

CiTara28

Caso 69.06.05.10

Cleisson era um autêntico engenheiro. Bem casado, com um bom trabalho e uma boa reserva de dinheiro no banco, vivia sua rotina como a de tantas outras pessoas. No entanto, de uns tempos pra cá, sua vida ganhara nuances extremamente excitantes, que o estavam enlouquecendo. Começara a receber e-mails de uma mulher secreta, cujo nome virtual era CiTara28. Não fazia idéia da autora, que pelo teor do que escrevia, era alguém próxima, capaz de adivinhar até as coisas mais íntimas do engenheiro.

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12.5.06

Gordelícias

Caso 69.06.05.04

A ossada de Clotilde boiando no rio foi a quarta encontrada pela polícia em menos de um mês. O perfil das vítimas era sempre o mesmo: mulheres gordas. Muito gordas. Elas eram assadas, comidas, e mais tarde os ossos apareciam boiando, cuidadosamente empacotados e identificados, com o nome completo de cada mulher.
Os noticiários na TV, jornais e revistas só falavam sobre os crimes. Tratava-se, sem dúvida, de um assassino em série. Um canibal. A população de gordas da cidade ficava cada vez mais apavorada. E Inspetor Tavares se debruçou sobre o caso disposto a não deixar que mais nenhuma fosse morta.

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6.5.06

O Assassinato do homem que não sabia trair

Caso 69.06.04.22

A imagem da dor estava estampada no rosto daquele cadáver. Não havia, porém, qualquer vestígio de tortura física que pudesse ter causado tanto sofrimento. Aliás, não havia vestígio de nada que pudesse ter causado a morte. Como ele fora assassinado? A solução desse mistério era um trabalho para o Inspetor Tavares.
Queiroz era o nome do morto. Solange, sua esposa, não queria deixar impune o maldito assassino. Ou assassina.
- Sei que Queiroz não era fiel. Eu aceitava, em nome de nossos filhos. Sabia que ele nunca me deixaria, que me amava. Mas agora alguém o matou, e eu estou sem meu marido, sem meu homem. Descubra quem foi a vaca que o matou!!!

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28.4.06

Augusto Laranja

Caso 69.06.04.18

Há sempre quem pague pela merda dos outros. Augusto Laranja foi um desses. Alcoólatra, pai de duas filhas e, financeiramente, um autêntico fracassado, foi facilmente envolvido em uma sórdida trama por seu próprio sobrinho, o empresário Rogerinho. As filhas de Augusto, no entanto, não eram como o pai, e não deixariam o primo sair ileso. Queriam vingança. Para isso, contrataram os serviços de Inspetor Tavares.

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20.4.06

Intercâmbio

Caso 69.06.04.11

Os pais de Jéssica tinham perdido contato com a jovem há pouco mais de um mês. Ela fora fazer intercâmbio em Londres e depois de alguns dias freqüentando aulas de inglês, desaparecera sem dar notícias. O único indício de que estava viva era a alta mensalidade do cartão de crédito recebido pelo pai havia poucos dias. Jéssica tinha 19 anos, estava fora de controle, e Inspetor Tavares foi designado para a encontrar.

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14.4.06

O melhor cego

caso 69.29.03.06

Aos olhos da opinião pública, Úrsula poderia ser considerada simplesmente uma megera adúltera. Mas, na verdade, se tratava de uma mulher intensa, um turbilhão de emoções. Além disso, era sincera com seu marido, o paciente Oliveira. Fazia questão de sempre dizer com quem, quando, onde e porque o traía. O marido, no entanto, não ligava, e apenas passava a mão em sua cabeça.
Foi em estado de profundo desespero que Úrsula procurou Inspetor Tavares. Queria ser investigada, fotografada cometendo adultério, e que as provas fossem entregues a seu marido.


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8.4.06

Casa das casadas

Caso 69.06.03.14

Era madrugada. Inspetor Tavares caminhava nos arredores de sua vizinhança. Sua rua cheirava a merda humana porque alguns mendigos dormiam ali. Mas esse cheiro era perfume para o amargurado olfato do Inspetor, e ele continuou sua caminhada até ser interrompido por um grito de homem.
O grito vinha de uma grande casa, há duas quadras dali. Tavares correu até lá e empunhou sua 45 para entrar. As luzes estavam acesas. Antes de precisar arrombar a porta, ela foi aberta por uma misteriosa mulher, usando uma camisola decadente:
- Que bom que o senhor chegou. Há um imenso rato aqui na cozinha, mas nossos Maridos já foram dormir e não acordam de jeito nenhum.

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31.3.06

A verdade cheira cu

Caso 69.06.03.08

Joana chegou decidida ao escritório do Inspetor Tavares. Queria ter a confirmação, as provas do que para ela já era uma forte desconfiança: seu marido, Milton, a traía com sua secretária. Mas o Inspetor foi cauteloso:
- Desagradar uma mulher é algo que sempre procuro evitar. Você está pronta para saber toda a verdade?
- É muito importante para mim. – respondeu Joana sem pestanejar.
A experiência de Inspetor Tavares, no entanto, dizia que aquela resposta era o exato oposto do que Joana realmente sentia. “Uma mulher nunca está realmente pronta para receber as verdades da vida”, refletia Tavares com propriedade. Muitas mulheres iam até ele com esse pedido, e todas elas saíam insatisfeitas com o que descobriam.
Mesmo assim, o Inspetor aceitou o trabalho. Era um homem acostumado à dor. E saiu com sua micro-câmera de vídeo para o escritório onde Joana dissera que Milton trabalhava.

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25.3.06

Há dois anos atrás

Caso 69.06.02.28

- Há dois anos atrás, nos beijamos e nos atracamos num canto da festa da firma onde trabalho. Minha esposa estava na sala ao lado, e eu já estava praticamente comendo um outro homem que eu mal o conhecia... Oh, meu Deus... Quando enfiei a mão em sua calça para acariciar sua bunda, uma grande náusea me possuiu: ele tinha dois cus. Tirei a mão imediatamente, dei uma desculpa qualquer e me afastei. Voltei para minha esposa e não o vi mais na festa. Desde aquele dia só consigo pensar no homem com dois cus. Sonho todas as noites com ele. Mas ele desapareceu. Na firma, ninguém o conhecia. Procurei todos os lugares freqüentados por gays, mas não o encontro. Você precisa me ajudar, Inspetor Tavares! – concluiu Souza.

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17.3.06

O Gozador

Caso 69.06.02.17

Sexta-feira. O relógio da parede apontava 6h da manhã. Inspetor Tavares, com insônia e pelado, jogava o “resta um” que tinha em sua mesa. Acabara de começar uma partida quando o telefone tocou.
D. Dolores, uma senhora indignada, gritava no telefone. A campainha de sua casa amanhecera com um jato de sêmen pela terceira vez naquela semana. Tratava-se, sem dúvida, de um crime.
Como a polícia nada resolvera até então, a senhora queria a companhia de Tavares para passar uma noite em vigília e descobrir quem era o pervertido. E o Inspetor rumou imediatamente para a casa dela.

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11.3.06

Jarbas fetiche

Caso 69.06.02.10

Era um início de tarde de quinta-feira. Inspetor Tavares tirava sua merecida cesta, enquanto seu estômago trabalhava arduamente na digestão de uma oleosa porção de frango à passarinho que almoçara no boteco da esquina. A leveza de sua expressão e o imenso volume ereto em suas calças indicavam que estava tendo bons sonhos. Mas a realidade precisava dele.
Foi acordado por uma Maria, desesperada pelo sumiço de seu marido, Jarbas, que desaparecera sem deixar vestígios. A última vez em que fora visto tinha sido em um casarão localizado em um bairro nobre da cidade onde ambos trabalhavam: Maria, cozinheira, Jarbas, motorista.

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4.3.06

Atriz

Caso 69.06.02.06

Naquela quinta-feira, Inspetor Tavares sofria mais uma madrugada de insônia. De cueca, assistia a um filme de mistério e mulher pelada na TV. Mas o passatempo foi interrompido por um plantão extraordinário: uma jovem e promissora atriz, de nome Linda Aranha, fora encontrada morta em um casarão abandonado. Esfaqueada.
A TV divulgou ainda a fotografia da moça. Apesar de não reconhecer seu rosto, havia algo naquela fotografia que hipnotizava Tavares. E ele partiu imediatamente para o local do crime.

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2.3.06

A cadela da cadela

Caso 69.06.02.01

Terça-feira. Passava das 11h e o telefone de Inspetor Tavares ainda não tocara. Bom pra ele, que naquela manhã de ressaca enfrentava gases violentos. Mas sua profissão não permitia descanso duradouro, e o telefone tocou.
Do outro lado da linha, um choro sincero e profundo de uma mulher que mal conseguia discernir as palavras. Preferia se encontrar pessoalmente com o Inspetor. E ele atendeu o pedido de prontidão.

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3.2.06

Abandonada aos 40

Caso 69.06.01.30

Era uma segunda-feira de manhã. Inspetor Tavares encontrava-se sentado em sua cadeira giratória com os pés sobre a mesa do escritório, como fazia todas as segundas-feiras.
Com a camisa semi-aberta, enrolava suavemente os pelos de seu mamilo esquerdo. Mas esse sublime prazer durou pouco. Logo seu telefone tocou. Era o dever chamando.
A voz do outro lado da linha era grave e desequilibrada, provavelmente uma mulher em menopausa. Ela foi direta:
- Meu ex-marido está morto. Eu sei quem é a assassina.

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