31.3.06

A verdade cheira cu

Caso 69.06.03.08

Joana chegou decidida ao escritório do Inspetor Tavares. Queria ter a confirmação, as provas do que para ela já era uma forte desconfiança: seu marido, Milton, a traía com sua secretária. Mas o Inspetor foi cauteloso:
- Desagradar uma mulher é algo que sempre procuro evitar. Você está pronta para saber toda a verdade?
- É muito importante para mim. – respondeu Joana sem pestanejar.
A experiência de Inspetor Tavares, no entanto, dizia que aquela resposta era o exato oposto do que Joana realmente sentia. “Uma mulher nunca está realmente pronta para receber as verdades da vida”, refletia Tavares com propriedade. Muitas mulheres iam até ele com esse pedido, e todas elas saíam insatisfeitas com o que descobriam.
Mesmo assim, o Inspetor aceitou o trabalho. Era um homem acostumado à dor. E saiu com sua micro-câmera de vídeo para o escritório onde Joana dissera que Milton trabalhava.

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25.3.06

Há dois anos atrás

Caso 69.06.02.28

- Há dois anos atrás, nos beijamos e nos atracamos num canto da festa da firma onde trabalho. Minha esposa estava na sala ao lado, e eu já estava praticamente comendo um outro homem que eu mal o conhecia... Oh, meu Deus... Quando enfiei a mão em sua calça para acariciar sua bunda, uma grande náusea me possuiu: ele tinha dois cus. Tirei a mão imediatamente, dei uma desculpa qualquer e me afastei. Voltei para minha esposa e não o vi mais na festa. Desde aquele dia só consigo pensar no homem com dois cus. Sonho todas as noites com ele. Mas ele desapareceu. Na firma, ninguém o conhecia. Procurei todos os lugares freqüentados por gays, mas não o encontro. Você precisa me ajudar, Inspetor Tavares! – concluiu Souza.

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17.3.06

O Gozador

Caso 69.06.02.17

Sexta-feira. O relógio da parede apontava 6h da manhã. Inspetor Tavares, com insônia e pelado, jogava o “resta um” que tinha em sua mesa. Acabara de começar uma partida quando o telefone tocou.
D. Dolores, uma senhora indignada, gritava no telefone. A campainha de sua casa amanhecera com um jato de sêmen pela terceira vez naquela semana. Tratava-se, sem dúvida, de um crime.
Como a polícia nada resolvera até então, a senhora queria a companhia de Tavares para passar uma noite em vigília e descobrir quem era o pervertido. E o Inspetor rumou imediatamente para a casa dela.

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11.3.06

Jarbas fetiche

Caso 69.06.02.10

Era um início de tarde de quinta-feira. Inspetor Tavares tirava sua merecida cesta, enquanto seu estômago trabalhava arduamente na digestão de uma oleosa porção de frango à passarinho que almoçara no boteco da esquina. A leveza de sua expressão e o imenso volume ereto em suas calças indicavam que estava tendo bons sonhos. Mas a realidade precisava dele.
Foi acordado por uma Maria, desesperada pelo sumiço de seu marido, Jarbas, que desaparecera sem deixar vestígios. A última vez em que fora visto tinha sido em um casarão localizado em um bairro nobre da cidade onde ambos trabalhavam: Maria, cozinheira, Jarbas, motorista.

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4.3.06

Atriz

Caso 69.06.02.06

Naquela quinta-feira, Inspetor Tavares sofria mais uma madrugada de insônia. De cueca, assistia a um filme de mistério e mulher pelada na TV. Mas o passatempo foi interrompido por um plantão extraordinário: uma jovem e promissora atriz, de nome Linda Aranha, fora encontrada morta em um casarão abandonado. Esfaqueada.
A TV divulgou ainda a fotografia da moça. Apesar de não reconhecer seu rosto, havia algo naquela fotografia que hipnotizava Tavares. E ele partiu imediatamente para o local do crime.

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2.3.06

A cadela da cadela

Caso 69.06.02.01

Terça-feira. Passava das 11h e o telefone de Inspetor Tavares ainda não tocara. Bom pra ele, que naquela manhã de ressaca enfrentava gases violentos. Mas sua profissão não permitia descanso duradouro, e o telefone tocou.
Do outro lado da linha, um choro sincero e profundo de uma mulher que mal conseguia discernir as palavras. Preferia se encontrar pessoalmente com o Inspetor. E ele atendeu o pedido de prontidão.

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